Um esquema bilionário de fraudes em empréstimos consignados abalou as estruturas da Previdência Social. Segundo uma força-tarefa composta pela Polícia Federal, Ministério da Previdência e Ministério Público Federal, cerca de R$ 90 bilhões foram liberados em 2023 em operações altamente suspeitas — muitas sem qualquer solicitação por parte dos beneficiários.
A auditoria do TCU identificou mais de 35 mil reclamações de aposentados que foram vítimas de créditos não solicitados, muitas vezes refinanciados automaticamente e com descontos diretos nos benefícios, sem consentimento. A biometria, que deveria impedir fraudes, foi driblada com facilidade por grupos organizados.
A gravidade do caso levou à queda do então ministro da Previdência, Carlos Lupi. Em seu lugar, assumiu Wolney Queiroz, que já tinha conhecimento das denúncias desde o ano anterior, mas pouco foi feito para conter os abusos. Pressionado, o governo tenta reagir.
A oposição, por sua vez, articula uma CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) para investigar profundamente o caso, que pode ser o maior escândalo já registrado envolvendo aposentados e pensionistas.
Só em 2024, a Força-Tarefa Previdenciária já cumpriu 344 mandados judiciais, incluindo 99 prisões, e evitou prejuízos de quase R$ 400 milhões. Ainda assim, o estrago já está feito: milhões de idosos lesados e a imagem do INSS em frangalhos.
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