quarta-feira, 27 de agosto de 2025

COMPAC OFICIALIZA YAKISOBA DA SEICHO-NO-IE COMO PATRIMÔNIO DE SUZANO


Evento realizado no último sábado (23/08) celebrou certificação do prato, já reconhecido como patrimônio imaterial da cidade

O Conselho Municipal do Patrimônio Cultural (Compac) oficializou no último sábado (23/08) o yakisoba da Seicho-No-Ie como patrimônio imaterial de Suzano. A entrega do Selo de Tombamento e da Certificação de Mestres do Saber à instituição, que ocorreu na sede da entidade, no centro, marcou mais um capítulo da história do prato que se tornou símbolo da cidade.

O reconhecimento é o segundo entregue pelo Compac desde que o yakisoba de Suzano se tornou patrimônio imaterial em março deste ano, tornando-se o primeiro bem cultural da cidade a receber essa distinção.

A entrega do selo valoriza a receita e o modo de preparo do yakisoba, versão típica feita em Suzano, que se diferencia por seu molho espesso à base de caldo de ossos bovinos, de frango e de porco, temperado com shoyu, gengibre, molho de ostra e vegetais frescos. Servido sobre o macarrão crocante, produzido originalmente pelo pastifício Hirotani Seimen desde a década de 1970, o prato conquistou o paladar da comunidade e se transformou em tradição nas festas nipônicas do município.

Segundo o presidente do Compac, Renan de Lima Franco, a certificação reforça a relevância cultural do yakisoba de Suzano. “O tombamento não é apenas sobre gastronomia. Ele preserva a memória de uma comunidade inteira que encontrou na culinária um modo de se fortalecer e se integrar à cidade. O yakisoba de Suzano é um elo entre gerações e uma marca de identidade local”, destacou.

A entrega do selo contou com a presença do secretário municipal de Meio Ambiente, André Chiang, que lembrou que o prato é fruto do esforço coletivo. “Cada edição de uma festa mobiliza dezenas de voluntários, famílias inteiras que se dedicam a manter viva essa tradição. Esse tombamento é, sobretudo, um reconhecimento a essas pessoas que há décadas produzem com carinho o yakisoba e o compartilham com a população”, afirmou.

Histórico

O processo de tombamento foi iniciado em 2022, a partir de solicitação da Comissão do Centenário da Imigração Japonesa em Suzano, e concluído em 2023 após estudo técnico-cultural. A pesquisa mostrou a singularidade do yakisoba de Suzano desde a elaboração da receita pelas mães da Associação Cultural Suzanense – Bunkyo, que, inclusive, foi a primeira instituição a receber o selo em Suzano, até sua difusão em outras associações e cidades. Hoje, estima-se que cerca de 7 mil pratos sejam vendidos em cada grande celebração, como a Festa da Cerejeira e a Festa da Dália, mobilizando mais de 300 voluntários a cada edição.

Em setembro, será a vez da Festa das Nações, do Rotary Club, e do Bunka Matsuri, da Associação Cultural Esportiva Agrícola Suzano (Aceas Nikkey), serem agraciados, consolidando ainda mais o yakisoba de Suzano não apenas como prato típico, mas como patrimônio vivo da cidade.

“A receita do yakisoba de Suzano tornou-se um verdadeiro patrimônio da cidade, pois representa não apenas a culinária, mas também a união comunitária, o trabalho voluntário e a preservação da identidade cultural japonesa na região”, destacou o secretário municipal de Cultura, José Luiz Spitti.

Para o prefeito Pedro Ishi, a conquista é motivo de orgulho. “Estamos entre as primeiras cidades do Estado de São Paulo a registrar um prato típico como patrimônio imaterial. O yakisoba de Suzano é parte da nossa história e da nossa identidade. Esse selo é um símbolo de respeito às nossas raízes e de valorização da comunidade japonesa que tanto contribuiu para o desenvolvimento da cidade”, declarou.

 


 

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