O Ministério Público de São Paulo deflagrou nesta terça-feira (12) a Operação Ícaro, que revelou um sofisticado esquema de corrupção fiscal envolvendo grandes empresas do varejo e auditores da Secretaria Estadual da Fazenda. Foram presos temporariamente Sidney Oliveira, fundador da Ultrafarma, e Mário Otávio Gomes, diretor da Fast Shop, além do auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto, apontado como o mentor da fraude.
Segundo o MP-SP, o esquema consistia na liberação irregular de créditos tributários de ICMS em troca de propina. Artur Neto utilizava uma empresa de fachada registrada em nome de sua mãe, Kimio Mizukami da Silva, para emitir notas fiscais fraudulentas e receber os valores ilícitos. A empresa, chamada Smart Tax, teve um crescimento patrimonial considerado “absurdo”: de R$ 411 mil em 2021 para R$ 2 bilhões em 2023.
As investigações revelaram que o auditor tinha acesso direto ao sistema da Sefaz e usava o certificado digital da Ultrafarma para fazer os pedidos de ressarcimento. A Fast Shop também teria transferido mais de R$ 1 bilhão à Smart Tax sob aparência de legalidade, com recolhimento de ICMS e emissão de notas fiscais que simulavam serviços de consultoria tributária.
Durante as buscas, foram apreendidos sacos com esmeraldas, mais de R$ 1 milhão em espécie, dólares, euros e uma máquina de verificação de cédulas. A operação cumpriu 19 mandados de busca e apreensão em residências e sedes das empresas envolvidas.
Os envolvidos poderão responder por corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O MP-SP segue analisando documentos e não descarta novas prisões, já que outras empresas do setor varejista também podem estar envolvidas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário