quarta-feira, 27 de agosto de 2025

PROJETO DE TOMBAMENTO DA IGREJA DO BARUEL É APRESENTADO À POPULAÇÃO


Processo do Compac prevê reconhecimento material e imaterial, incluindo a tradicional festa local; próximos passos envolvem pareceres técnicos antes da votação no conselho

A preservação da memória histórica e cultural de Suzano avançou mais uma etapa no último domingo (24/08) quando o Conselho Municipal de Patrimônio Cultural (Compac) apresentou à comunidade o projeto de tombamento da Capela Nossa Senhora da Piedade, a Igreja histórica do Baruel.

A iniciativa, que começou a ser discutida em 2021, ainda na gestão do então prefeito Rodrigo Ashiuchi, é considerada um dos processos mais complexos em andamento no município, envolvendo estudos aprofundados sobre o valor material e imaterial do espaço religioso e das manifestações culturais ligadas a ele.

A apresentação foi feita logo após uma tradicional missa realizada pelo padre Luiz Ricardo, na própria igreja, e contou com a participação do vice-prefeito Said Raful; do secretário de Desenvolvimento Econômico e Geração de Emprego, Mauro Vaz; do vereador Josias Ferreira da Silva, o Josias Mineiro; e do presidente do Compac, Renan de Lima Franco.

O processo de tombamento busca garantir a preservação da igreja, um dos marcos históricos mais importantes da cidade; a Festa do Baruel; a tradicional caminhada que começa no centro da cidade e segue em peregrinação até a capela; além de outras expressões culturais associadas ao espaço. Essa proteção abrangerá não apenas a edificação, reconstruída em 1916 com o altar em estilo barroco tardio, mas também tradições e práticas que fazem parte da identidade local.

A igreja é um marco para Suzano. Trata-se de um dos primeiros povoados que surgiram na região, quando se deu a ocupação do território em que foi formada a sociedade suzanense, antes da chegada da estrada de ferro.

Segundo o presidente do Compac, a participação da população nesta etapa foi fundamental para legitimar a proposta. “Esse é um processo que não se resume a proteger paredes ou estruturas físicas, mas sim um conjunto de valores, tradições e memórias que atravessam gerações. Por isso, fizemos questão de apresentar o estudo na própria igreja, ao lado da comunidade, que é a verdadeira guardiã deste patrimônio”, explicou Lima Franco.

Os próximos passos envolvem a análise do projeto pelas secretarias municipais de Planejamento Urbano e Habitação, de Meio Ambiente e de Cultura, que devem emitir pareceres técnicos antes de o processo ser encaminhado ao relator do Compac. Após o parecer final, o conselho colocará o tombamento em votação e a expectativa é que a decisão represente um marco na política de preservação cultural de Suzano.

Para o secretário de Planejamento Urbano e Habitação, Elvis Vieira, a iniciativa reforça a importância do planejamento da cidade aliado ao respeito pela história. “A Igreja do Baruel é um símbolo que atravessa o tempo e se mantém como ponto de referência para os moradores. O tombamento garante que tanto a estrutura física quanto os aspectos imateriais, como a festa, sejam preservados para as próximas gerações. É um processo cuidadoso, que exige pareceres técnicos e diálogo com a comunidade”, destacou.

Além da proteção do espaço físico, o processo de tombamento busca assegurar o reconhecimento oficial da Festa do Baruel, uma das mais tradicionais da cidade. Com forte presença religiosa e cultural, a celebração reúne moradores e visitantes em torno da fé, da convivência e da cultura popular. O Compac destaca que a salvaguarda dessas manifestações é tão importante quanto a preservação das paredes da igreja, pois representam práticas vivas e dinâmicas que reforçam o sentimento de pertencimento comunitário.

Já o secretário municipal de Cultura, José Luiz Spitti, reforçou que o processo vai além da preservação da arquitetura da igreja. “Estamos falando de um patrimônio que envolve fé, memória e identidade coletiva. O tombamento reconhece oficialmente que a Igreja do Baruel e suas tradições não pertencem apenas ao passado, mas fazem parte do presente e devem ser transmitidas às futuras gerações”, afirmou.

O vice-prefeito destacou o simbolismo do momento. “A Igreja do Baruel representa muito mais do que um espaço religioso, ela é parte da história e da memória coletiva de Suzano. Poder acompanhar essa etapa do processo de tombamento ao lado da comunidade, reforça nosso compromisso em valorizar e proteger nossas raízes culturais”, afirmou Said Raful.

Por fim, o prefeito Pedro Ishi também ressaltou a relevância do tombamento como instrumento de preservação do patrimônio cultural. Ele afirmou que a cidade tem avançado de forma significativa na valorização da sua memória. “Suzano é uma cidade em constante transformação, mas que não pode perder o vínculo com suas raízes. O tombamento da Igreja do Baruel é uma forma de assegurar que esse patrimônio, que é ao mesmo tempo histórico e afetivo, seja mantido vivo. É um compromisso da gestão em preservar nossa história e identidade”, finalizou.


 

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