terça-feira, 16 de dezembro de 2025

ENEL SÃO PAULO ACUMULA R$ 374 MILHÕES EM MULTAS E PODE PERDER A CONCESSÃO


Empresa pagou apenas 8% das penalidades aplicadas pela Aneel e enfrenta críticas por falhas no fornecimento de energia

Responsável pelo fornecimento de energia elétrica na capital paulista e em 24 municípios da região metropolitana, a Enel Distribuição São Paulo acumula cerca de R$ 374 milhões em multas aplicadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) desde 2020. Desse total, apenas R$ 29 milhões foram pagos, o que representa 7,7% do valor.

Histórico das multas

  • 2019: R$ 12 milhões por falhas no atendimento a consumidores. Multa paga.

  • 2020: R$ 16,2 milhões por problemas no fornecimento de energia. Multa paga.

  • 2022: R$ 95,8 milhões por falhas técnicas não especificadas. Multa judicializada.

  • 2023: R$ 165 milhões por demora superior a uma semana para restabelecer energia após temporal. Multa judicializada.

  • 2024: R$ 83,7 milhões por questões comerciais. Multa em fase de recurso

Contexto recente

As penalidades não incluem os problemas relacionados ao apagão de dezembro de 2025, quando tempestades e um ciclone extratropical deixaram milhões de imóveis sem energia na Grande São Paulo. Durante o pico da crise, mais de 2 milhões de residências ficaram sem luz, afetando também o abastecimento de água em alguns bairros devido à paralisação de sistemas da Sabesp.



Posição da empresa

Em nota, a Enel afirmou que as multas são calculadas com base na receita líquida da distribuidora e que parte delas está em fase de recurso, seguindo os trâmites regulatórios. A companhia reforçou o compromisso com os clientes e destacou que o fornecimento de energia pode oscilar em situações de reparo, devido a fatores climáticos e técnicos.

Impacto e repercussão

O acúmulo de multas e os episódios de apagão intensificaram críticas à atuação da Enel em São Paulo. Especialistas apontam que a demora na recomposição do serviço e a judicialização das penalidades refletem desafios na gestão da concessionária. Para os consumidores, os prejuízos vão além da falta de energia, atingindo transporte, saúde, comércio e serviços essenciais.


 

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